Primeiro planeta extrasolar detectado através da luz visível
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Primeiro planeta extrasolar detectado através da luz visível
Fomalhaut b
Se é certo que o dia 13 de Novembro de 2008 já estava a ser especial em termos astronómicos, o melhor ainda estava para vir! Para o princípio da tarde estava anunciada uma conferência de imprensa para dar conta de uma descoberta importante feita com o Telescópio Espacial Hubble. E a conferência não desiludiu, muito pelo contrário!
A descoberta sensacional é de que o Hubble fez a primeira detecção directa na luz visível de um planeta extrasolar. Pela primeira vez na história, observou-se e tirou-se fotos na luz visível – popularmente conhecida por luz, da mesma que vemos com os nossos olhos -, a um exoplaneta.
Para a descoberta, o coronógrafo existente no Hubble bloqueou a luz da estrela, permitindo a observação do planeta que a orbita. O astrónomo Paul Kalas, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, estudava a estrela-mãe há 15 anos, mas só recentemente conseguiu observar e fotografar o planeta – e a sua equipa fê-lo por duas vezes, já que era preciso confirmar o movimento orbital do planeta, obtendo as fotos em 2004 e 2006. O trabalho de uma vida foi recompensado. Não admira que ele tenha dito que quando se deu conta da descoberta ia tendo um enfarte!
A estrela hospedeira é a Fomalhaut, que se encontra a 25 anos-luz de distância de nós, na direcção da constelação Peixe Austral, tem somente 200 milhões de anos e um prazo de vida de mil milhões de anos (comparando com o Sol que tem 5 mil milhões de anos e um prazo de vida de 10 mil milhões de anos), é mais quente, um pouco maior, e 16 vezes mais luminosa que o nosso Sol. O planeta tem o nome Fomalhaut b, terá o mesmo tamanho e de 30 por cento a duas vezes a massa de Júpiter, terá anéis à sua volta que serão muitos mais vastos que os de Saturno, tem cerca de 100 milhões de anos (comparando com a Terra que tem 4,5 mil milhões de anos) e encontra-se a uma distância de 119 unidades astronómicas (UA) de Fomalhaut (1 UA é a distância Terra - Sol), o que é cerca de 10 vezes a distância de Saturno ao Sol ou 4 vezes a distância de Neptuno (o nosso planeta mais distante) ao Sol – quanto mais longe um planeta está da estrela-mãe, mais tempo leva a completar uma órbita, e daí que o ano em Fomalhaut b demora 872 anos terrestres.
A existência do planeta não é surpreendente; já se dava como hipótese haver planetas em órbita da estrela Fomalhaut desde que na década de 1980 se detectou discos de poeira, o que se assumiu como levando a planetas em formação à volta da estrela; além de que o estudo dessa poeira permitiu detectar um anel que mostrava algumas irregularidades – sinal de um planeta próximo. Daí que o planeta já estava previsto como hipótese desde 2005.
Mas a importância da descoberta não está no planeta em si, mas sim no método utilizado. Pela primeira vez viu-se (e fotografou-se) a luz, visível, de um planeta extrasolar. E ao se ter imagens ópticas do planeta, criou-se um momento histórico. Esta é uma descoberta que irá para os livros de astronomia, e será provavelmente a notícia astronómica do ano... ou da década!
Paul Kalas
Se é certo que o dia 13 de Novembro de 2008 já estava a ser especial em termos astronómicos, o melhor ainda estava para vir! Para o princípio da tarde estava anunciada uma conferência de imprensa para dar conta de uma descoberta importante feita com o Telescópio Espacial Hubble. E a conferência não desiludiu, muito pelo contrário!
A descoberta sensacional é de que o Hubble fez a primeira detecção directa na luz visível de um planeta extrasolar. Pela primeira vez na história, observou-se e tirou-se fotos na luz visível – popularmente conhecida por luz, da mesma que vemos com os nossos olhos -, a um exoplaneta.
Para a descoberta, o coronógrafo existente no Hubble bloqueou a luz da estrela, permitindo a observação do planeta que a orbita. O astrónomo Paul Kalas, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, estudava a estrela-mãe há 15 anos, mas só recentemente conseguiu observar e fotografar o planeta – e a sua equipa fê-lo por duas vezes, já que era preciso confirmar o movimento orbital do planeta, obtendo as fotos em 2004 e 2006. O trabalho de uma vida foi recompensado. Não admira que ele tenha dito que quando se deu conta da descoberta ia tendo um enfarte!
A estrela hospedeira é a Fomalhaut, que se encontra a 25 anos-luz de distância de nós, na direcção da constelação Peixe Austral, tem somente 200 milhões de anos e um prazo de vida de mil milhões de anos (comparando com o Sol que tem 5 mil milhões de anos e um prazo de vida de 10 mil milhões de anos), é mais quente, um pouco maior, e 16 vezes mais luminosa que o nosso Sol. O planeta tem o nome Fomalhaut b, terá o mesmo tamanho e de 30 por cento a duas vezes a massa de Júpiter, terá anéis à sua volta que serão muitos mais vastos que os de Saturno, tem cerca de 100 milhões de anos (comparando com a Terra que tem 4,5 mil milhões de anos) e encontra-se a uma distância de 119 unidades astronómicas (UA) de Fomalhaut (1 UA é a distância Terra - Sol), o que é cerca de 10 vezes a distância de Saturno ao Sol ou 4 vezes a distância de Neptuno (o nosso planeta mais distante) ao Sol – quanto mais longe um planeta está da estrela-mãe, mais tempo leva a completar uma órbita, e daí que o ano em Fomalhaut b demora 872 anos terrestres.
A existência do planeta não é surpreendente; já se dava como hipótese haver planetas em órbita da estrela Fomalhaut desde que na década de 1980 se detectou discos de poeira, o que se assumiu como levando a planetas em formação à volta da estrela; além de que o estudo dessa poeira permitiu detectar um anel que mostrava algumas irregularidades – sinal de um planeta próximo. Daí que o planeta já estava previsto como hipótese desde 2005.
Mas a importância da descoberta não está no planeta em si, mas sim no método utilizado. Pela primeira vez viu-se (e fotografou-se) a luz, visível, de um planeta extrasolar. E ao se ter imagens ópticas do planeta, criou-se um momento histórico. Esta é uma descoberta que irá para os livros de astronomia, e será provavelmente a notícia astronómica do ano... ou da década!
Paul Kalas
Carlos Costa- Administrador
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Tempos Livres : Natura2100, poesia e história universal.
Área das ciências naturais favorita : Cosmologia
Cientista favorito : Isaac Newton
Re: Primeiro planeta extrasolar detectado através da luz visível
Muito bem visto... Bom método para aplicar em casos futuros.. Mas também temos de ver se o planeta não fosse tão grande e com aneis tão grandes dificilmente era visivel.
tig- Membro Ativo
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Re: Primeiro planeta extrasolar detectado através da luz visível
Mesmo assim é uma grande descoberta. Arrisco-me mesmo a dizer que é a maior descoberta dos últimos 10 anos!tig escreveu:Muito bem visto... Bom método para aplicar em casos futuros.. Mas também temos de ver se o planeta não fosse tão grande e com aneis tão grandes dificilmente era visivel.
O Hubble, mesmo velhinho, ainda faz maravilhas.
Carlos Costa- Administrador
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