História do tabaco

O tabaco é nome comum dado às plantas do género Nicotiana (Solanaceae), em particular a N. tabacum, originárias da América do Sul da qual é extraída a substância chamada nicotina. Os povos indígenas da América acreditavam que o tabaco tinha poderes medicinais e usavam-no em cerimónias. Segundo alguns autores, terá sido trazida para a Europa pelos espanhóis, no início do século XVI. Era mascado ou, então, aspirado sob a forma de rapé (depois de secar as suas folhas). O corsário Sir Francis Drake aparece referido como responsável pela introdução do tabaco em Inglaterra em 1585, mas o uso de cachimbo só se generalizou graças a outro navegador, Sir Walter Raleigh. Um médico francês, de nome Jean Nicot (de onde deriva o nome da nicotina) usava-o como medicamento, para curar as enxaquecas da rainha Catarina de Médicis. Jean Nicot (1530 - 1600) que foi um diplomata e estudioso francês, nascido em Nîmes, no sul da França, e embaixador em Lisboa de 1559 a 1561, terá sido um dos responsáveis pela divulgação do uso do tabaco na Europa, inicialmente utilizando-o para ser colocado no nariz, hábito que se criou na Corte Francesa. A planta do tabaco, nicotiana, também uma planta florida de jardim, tem o seu nome retirado de Nicot, como em nicotina.

No entanto no século XVII começaram a surgir preocupações por causa dos malefícios provocados à saúde pelo tabaco, que para além disso era viciante. Várias nações colocaram restrições ao seu uso mas, ao mesmo tempo, o tabaco proporcionou muito lucro aos estados que cobravam impostos significativos sobre as suas vendas.

O consumo de tabaco ganhou entretanto diversas formas: cigarros, charutos, cachimbos, tabaco de mascar, ou mesmo sob a forma de rapé. Também não se conhece a origem exacta dos charutos. Não se sabe quem o inventou, sua forma original, e muito menos quem foi o primeiro fumador de charutos da história. Mas pode se ter certeza que o cultivo da Nicotiana tabacum teve início no continente americano (provavelmente na província de Iucatã) pelos maias provenientes da América Central.

Uma relíquia datada do século X, descoberta no território da Guatemala, mostra um maia fumando folhas de fumo juntas por um fio de barbante, amarradas na forma de um rolo. O único problema com essa evidência histórica sobre a invenção dos charutos, é que a civilização maia já tinha surgido a mais de dois milénios, portanto, não é possível determinar com precisão quando se fumou dessa forma pela primeira vez.

Nativos de outras áreas também fumavam tabaco por diversos motivos. Os norte americanos nativos, fumavam cachimbos como parte de suas celebrações espirituais; habitantes antigos da América do Sul fumavam folhas de fumo moído envolto em folhas de vegetais; e é conhecido o fato de que os aztecas fumavam um caniço oco com tabaco em seu interior.